sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Guilherme Leibniz

Spinoza tentou a síntese do racionalismo cartesiano com o panteísmo neoplatônico; Malebranche tentou a síntese do racionalismo com o platonismo agostiniano; Leibniz tentará uma síntese mais vasta, a do pensamento aristotélico-tomista com o empirismo moderno. Diversamente de Spinoza e de acordo com Malebranche, procurará compor a necessidade racionalista-matemática com a contingência e a liberdade. E chegará também à negação da realidade material, da res extensa, resolvendo a realidade material em uma aparência fenomênica do espírito. O resultado é que a necessidade universal permanece, e, logo, também o panteísmo; e que, com a supressão do mundo físico, o racionalismo abre as portas ao idealismo.

O pensamento de Leibniz é fundamentalmente representada pela ciência geral ou lógica universal; esta deve proporcionar o método para inventar e demonstrar todas as ciências. A realidade apresenta-se indiscutivelmente sob dois aspectos: um idêntico, universal, necessário, e o outro diverso, particular, contingente. Leibniz distingue, portanto, as verdades de razão (juízos necessários de essência), que colheriam o primeiro aspecto da realidade, e as verdades de fato (juízos da existência contingente), que colheriam o segundo aspecto.

As verdades de razão fundamentam-se sobre o princípio de indentidade, imediatamente evidente, isto é, tais verdades reduzíveis a juízos, em que o predicado tem identidade com o sujeito, se pode ser tirado analiticamente dele. As verdades de fato seriam representadas por juízos de experiência, em que o predicado não se pode extrair analiticamente do sujeito; teria, porém, um fundamento, o princípio de razão suficiente na realidade criada.

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